Galera de Cristo 02 - O Tempo de Deus



"Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor - Isaías 55.8

Hora da Verdade: Jeremias 29.5-14


PAPO SÉRIO

1. JEREMIAS E O CATIVEIRO BABILÔNICO


Jeremias, filho de sacerdote, nasceu e cresceu na aldeia de Anatote (mais de 6 km ao noroeste de Jerusalém) durante o reinado do ímpio rei Manassés. Jeremias começou seu ministério profético durante o décimo- terceiro ano do reinado do bom rei Josias, apoiando seu movimento e reforma. Não demorou para perceber, no entanto, que as mudanças não estavam resultando numa verdadeira transformação de sentimentos do povo. Jeremias advertiu que, a não ser que houvesse verdadeiro arrependimento, em escala nacional, a condenação e a destruição viriam de repente. O ministério de Jeremias foi dirigido ao reino do Sul, Judá, durante os últimos quarenta anos de sua história (626 - 586 a.C.). Ele viveu para ser testemunha das invasões babilônicas de Judá, que resultaram na destruição de Jerusalém e do Templo. Como o chamado de Jeremias propunha-se a que ele profetizasse à nação durante os últimos anos de seu declínio e queda, é compreensível que o livro do profeta esteja cheio de prenúncios sombrios.

Entenda: Em 612 a.C. a Assíria foi conquistada por uma coalizão babilônica. Cerca de quatro anos depois da morte do rei Josias, o Egito foi derrotado por Babilônia na batalha de Cartemis em 605 a.C. Naquele mesmo ano, o exército babilônico de Nabucosonosor invadiu a Palestina, capturou Jerusalém, e deportou alguns dos jovens mais seletos de Jerusalém para a Babilônia, entre eles, Daniel e seus três amigos. Uma segunda campanha contra Jerusalém ocorreu em 597 a.C. ocasião em que foram levados dez mil cativos à Babilônia, entre os quais, Ezequiel. Durante todo esse tempo, as advertências proféticas de Jeremias a respeito do juízo divino iminente passaram despercebidas pela nação. A última invasão babilônica tomou Jerusalém, o templo, e a totalidade do reino de Judá em 596 a.C.




2. INSTRUÇÕES PARA A VITÓRIA

Edificai casas e habitai nelas, plantai pomares, e comei o seu fruto. As preocupações principais do homens são as edificações de casa, que representa um grande avanço financeiro para uma família. Por quanto tempo o remanescente judeu permaneceria na Babilônia não era uma preocupação presente. Mas logo seria, quando a vontade divina estivesse pronta para agir nessa direção. Se muitos judeus serviam como escravos, a indicação desse versículo e que muitos, dentre o povo comum, tinham liberdade de viver de modo relativamente livre, com certa medida de independência. Uma "vida normal", naquele tempo, ajudaria uma "volta melhor" à Terra Prometida, no futuro. Algumas vezes, a vontade de Deus é "esperarmos" e algumas vezes essa é a coisa mais difícil de ser feita. Ansiamos por resolver nossos problemas "agora mesmo". Devemos continuar orando para não fugirmos do centro do cronograma divino.


O cativeiro babilônico não terminaria em breve. Perduraria por setenta anos (Jr 25.11-12). Isso proveria tempo bastante para os judeus edificarem casas e aumentassem em número. de modo que houvesse numero suficiente de judeus para realizar a reconstrução de Jerusalém. Nesse tempo, a visitação divina ocorreria. Os medos e persas destruiriam completamente a Babilônia, e Ciro expediria o famoso decreto que libertaria os cativos judeus. Pouquíssimos dos que viviam quando Jeremias proferiu esta profecia participariam do retorno do povo de Israel à Terra Prometida. Portanto, o papel deles era preparar seus filhos e netos, e isto era extremamente importante. Eles tinham de  mostrar-se pacientes em seu bom trabalho e deixar a maior parte para as gerações futuras. O grande Moisés fez um trabalho esplendoroso de preparação, mas não chegou pessoalmente à Terra Prometida. Assim os judeus cativos conservariam em mente o caso e seriam encorajados, sabendo que o que estavam fazendo era importante.

Multipliquem-se. Os judeus que estavam na Babilônia deveriam seguir uma vida doméstica regular. Deveriam casar-se e dar-se em casamento, aumentando assim em número, pois seria necessário para o trabalho de reconstrução de Jerusalém. Eles não deveriam viver como se estivessem em um mundo intermediário. A Babilônia deveria ser o mundo deles, até que fossem chamados do exílio para voltar à sua terra, no tempo apropriado. A semente de Abraão não poderia falhar neste aspecto.

Procurem  a paz da cidade, para onde vos desterrei, e orai por ela. O bem da Babilônia, lar temporário dos judeus,  deveria ser valorizado: eles deveriam buscar sua paz e prosperidade e até orar por aquele lugar que lhes causara tantos males. Se a Babilônia gozasse de paz, com a prosperidade consequente, outro tanto aconteceria à comunidade dos judeus ali. Fica entendido que os judeus continuariam a observar suas formalidades religiosas, embora sem o templo e seu culto.




3. A AÇÃO DE DEUS

O cronograma divino tinha motivos para ser observado. Não serviria de meio para prolongar o sofrimento, mas era a preparação adequada para um novo começo, um plano que visava o bem-estar e uma nova esperança. Os prolongados setenta anos foi um período de purificação e refinamento. O mal tinha que ser expurgado para o começo da nova nação de Israel. Os julgamentos de Deus são todos remediais, mas a cura, às vezes deve vir através do sofrimento, e não através de medidas graciosas. Os judeus riram das ameaças de Deus. A zombaria, pois precisava ser arrancada. Note que a geração de Jeremias não voltou a possuir a Terra Prometida, tal qual a geração queixosa dos dias de Moisés não obteve permissão para tomar posse da Palestina. Seja como for, a lição clara é que o amor de Deus é o fator controlador de como Ele opera Sua vontade, naquilo que Ele faz. O julgamento divino é um dedo da mão amorosa de Deus.

Jeremias foi apenas um dentre muitos profetas enviados ao povo. Outros profetas anteriores ao exílio foram: Isaías, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias. A oportunidade que tiveram de ouvir a mensagem divina foi ampla. Eles sabiam que o ataque dos babilônios tinha sido anunciado, mas continuaram preferindo crer nos falsos profetas que falavam de paz e prosperidade a despeito da horrenda apostasia. Aqueles profetas se levantavam cedo pela manhã, para cumprir seus deveres. ou seja, foram muito diligentes. O povo de Judá, entretanto, mostrou-se ainda mais diligente em ouvir os falsos profetas e acreditar em suas mentiras. Em outras palavras, eles se privaram de tirar proveito da mensagem benéfica dos verdadeiros profetas,  provocando assim a matança e o saque dos babilônios, com a subsequente deportação. A questão inteira foi uma incrível história de desobediência e fracasso espiritual.

Apesar de tantas mensagens tristes e negativas, o livro de Jeremias inclui palavras de esperança.  Entre suas profecias encontramos a promessa de que Deus daria uma Nova Aliança que oferecia aos homens o perdão de seus pecados, algo impossível na Lei do Antigo Testamento. No meio da tristeza, há um vislumbre de esperança.

LEIA MAIS:

http://luloure.blogspot.com.br/2013/09/o-cativeiro-de-israel.html


FONTE DE PESQUISA:

O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo - Ed. Hagnos

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