Galera de Cristo 05 - A Oposição Faz Parte da Vida


"O Deus dos céus fará que sejamos bem sucedidos. Nós, seus servos, começaremos a reconstrução, mas no que lhes diz respeito, vocês não tem parte nem direito legal sobre Jerusalém, e em história não há nada de memorável que favoreça vocês".  Neemias 2.20

Hora da Verdade: Neemias 1.1-11

PAPO SÉRIO



1. NEEMIAS E A RECONSTRUÇÃO DA CIDADE SANTA: DA RUÍNA À VITÓRIA

1. Quem foi Neemias. Neemias era filho de Hacalias, seu nome significa "Jeová Consola", "Jeová conforta" ou "Jeová é meu deleite". Seu pai provavelmente pertencia à tribo de Judá. Ele viveu durante uma época em que o território de Judá estava sob o domínio do Império Persa, uma geração depois de Ester e Mardoqueu. Neemias morava no palácio real, em Susã, e era copeiro do Rei Artaxerxes, uma posição muito importante e reservada a pessoas de alta confiança. Uma das suas mais importantes funções era provar os alimentos e especialmente o vinho do rei para assegurar de que eles não estivessem contaminados.

2. A situação de Jerusalém. Talvez Neemias não soubesse que subiria ainda alguns degraus de sua posição e função na época; todavia, passaria por uma jornada difícil, com muita oposição. Com a chegada de Hanani, seu irmão, e alguns de Judá, Neemias teve a curiosidade de saber a situação dos judeus, bem como da cidade de Jerusalém.

Neemias recebeu a notícia de que os judeus estavam em grande miséria e desprezo. O muro de Jerusalém estava fendido e as portas queimadas (1.3). Um cenário de grande sofrimento e humilhação, para aqueles que se diziam ser o povo de Deus na terra. Como representariam a Deus neste estado? Essa foi a má notícia que chegou a Neemias.

3. A reação de Neemias. Neemias, diante da má notícia, interessou-se em socorrer os judeus e a cidade de Jerusalém, que estavam distante dele. A distância não impediu que o coração de Neemias se comovesse pelo estado de seu povo. Neemias, diante do quadro de humilhação e sofrimento, assentou-se, chorou, lamentou, jejuou, orou. Em primeiro lugar, Neemias assumiu a situação diante de Deus em oração. Em segundo lugar, assumiu essa causa humilhante diante do rei, fazendo-lhe uma petição.

Empatia. Neemias chorou e se solidarizou com os estado dos seus irmãos judeus (1.4). Reconheceu o problema e se identificou com ele, tomando-o para si. Importante se faz ressaltar que Neemias estava na corte real do maior império da terra: o Império Medo-Persa; assim sendo, não tinha obrigação alguma de se ausentar da presença do homem mais importante  de sua época: o rei Artaxerxes I. Esta é a principal característica de um líder: identificar-se com o problema dos que sofrem e, com sua influência, buscar soluções. O líder envolve-se na solução do problema, não se isola. Sensibilidade. Neemias chorou e se lamentou por alguns dias. Ele sentiu as dores dos seus irmãos judeus (presente) e dos antepassados (passado), pois conhecia os vínculos da história. Disposição. Devemos aprender com Neemias procurar saber o estado de nossos irmãos na fé. Quando conhecemos o estado deles, podemos fazer o bem com mais eficiência. A disposição de Neemias para servir com fidelidade serve de exemplo para nós, cristãos, pois precisamos estar sempre prontos para sermos usados por Deus de modo especial, como José, Neemias e Daniel foram usados. Neemias acreditou que seria um grande instrumento de Deus para o seu tempo. Ele sentiu que seria a pessoa certa naquele momento de necessidade e não desanimou diante de toda a oposição que sofreu.

 2. DEFINIR ESTRATÉGIAS: REQUISITO INDISPENSÁVEL À VITÓRIA


1. Integração e Voluntariedade. A obra de reconstrução do muro e das portas de Jerusalém não foi iniciada por construtores civis, ou pedreiros - trabalhadores profissionais de uma obra civil - mas pelo sumo sacerdote Eliasibe e seus irmãos sacerdotes, tomando como ponto de partida a Porta do Gado. Eles iniciaram a construção em sentido anti - horário, da Porta do Gado, até chegar novamente nela ( Ne 3.1 e 32). 

Estes foram os personagens que reconstruíram o muro e as portas de Jerusalém:  sacerdotes (3.1); ourives v.8), perfumistas (v.8), governadores distritais - ou prefeitos (vs. 9,12,15-19); levitas (v.17), comerciantes (v.31), servos dedicados ao templo (vs. 26 e 31), e até mulheres, filhas de Salum, maioral de outra metade de Jerusalém (v.12). Isto mostra que, embora cada um fosse especializado em sua respectiva área, uniram-se para uma verdadeira força-tarefa com operários voluntários, que, antes de tudo. eram habitantes de Jerusalém, independente de suas profissões ou vocações.




Não há qualquer menção que eles tenham trabalhado objetivando remuneração. Porque trabalharam sem remuneração? Porque o desejo de ver Jerusalém reconstruída restaurada e protegida de seus inimigos fez com que todos trabalhassem sem a pretensão de receber remuneração, até porque, havia miséria em Jerusalém, e até por questão de sobrevivência, tinham que concluir a obra rapidamente (Ne 4.6). Esse era o melhor caminho: o investimento e a participação de cada homem na obra, para que  num futuro bem próximo, pudessem restabelecer suas vidas em todos os aspectos. Naquela situação, o ourives não poderia vender seus artefatos, os perfumistas não poderiam vender suas essências, nem os comerciantes seus produtos, assim não havia circulação econômica. Para conseguir o resultado almejado, havia, portanto, a necessidade da integração, para perfazer a obra da reconstrução dos muros e das portas.

3. Saiba lidar com a oposição. Quase sempre, os processos de restauração são vítimas de oposição e toda oposição tem o intuito de retardar ou paralisar o andamento do trabalho. Houve um forte entrave à reconstrução do muro de Jerusalém. Neemias e seus homens sofreram perseguição de Sambalate, de Tobias, dos árabes, dos amonitas e dos homens de Asdode. Estes, porém, fracassaram no seu intento e os judeus prosseguiram a reconstrução. Para qualquer tipo de luta que enfrentemos hoje em dia, há lições registradas nas Sagradas Escrituras para nos auxiliar. A oposição dos inimigos de Israel nos dias de Neemias ilustra perfeitamente nos nossos dias, a oposição dos inimigos da obra de Deus. Precisamos observar o modo como os homens de Deus conseguiram vitória e imitá-los. Restaurar Jerusalém era uma questão de honra divina. Essa cidade, apesar de tantas guerras que sofreu, existe até hoje, e o Senhor a honrou, construindo, no Céu, uma cidade com o mesmo nome (Ap 21.2). Neemias não se intimidou ante a ameaça dos inimigos; antes, elaborou um plano de ação inteligente que permitia aos seus homens darem conta tanto da obra como dos possíveis ataques dos inimigos, simultaneamente.

4. Não se permita intimidar diante dos seus opositores. Os judeus não reagiram conforme a expectativa dos inimigos. Não perderam a postura; jamais revidaram aos insultos de Sambalate e de Tobias, não fizeram o jogo dos inimigos; não os afrontaram verbalmente, como, certamente, esperavam que eles fizessem. Os versículos de 4 a 6, nos ensinam uma bela combinação: oração e trabalho. Quando somos afrontados, devemos seguir este exemplo. Esta é a melhor resposta às perguntas irônicas dos Sambalates e Tobias do nosso século. A essa altura, os construtores e o povo estavam totalmente dedicados ao trabalho: "porque o coração do povo se inclinava a trabalhar" (4.6b). Aprendemos com Neemias, que a oração deve preceder qualquer atividade, seja ela espiritual ou particular.


Instrumentos de intimidação. Vemos o texto sagrado apontando quatro vezes a expressão "intimidar" ou "atemortizar" (Ne 6.9,13,14,19). Os inimigos de Deus utilizaram armas da intimidação até onde puderam, mas nada conseguiram com elas. Sambalate e Tobias, adotaram, primeiramente a "política da boa vizinhança", convidando Neemias a banquetear com eles.. Tudo não passava de um projeto ardiloso. Neemias respondeu: "Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer" (v.3,4).  Como os dois não obtiveram êxito. espalharam boatos para denegrir a imagem e a reputação de Neemias (v. 9). Pseudoprofeta. Usaram indevidamente a profecia para persuadir Neemias a cair numa emboscada. Semaías propunha a Neemias que se refugiasse no templo, porque queriam matá-lo. Neemias discerniu exatamente oposto; tudo não passava de uma emboscada. Se entrasse no templo, estaria encurralado e os seus inimigos o apanhariam ali. Sua resposta foi incisiva, mostrando coragem e sabedoria (6.11.12).

3. PRECAUÇÕES NECESSÁRIAS PARA QUE SE ALCANCE A VITÓRIA

1. O Desânimo no meio da obra. Diante da pressão, alguns sucumbiram ao desânimo. Mesmo com o trabalho árduo e exaustivo, ainda tinham que resistir à pressão dos inimigos. Infelizmente, nesse processo, vemos que os homens de Judá cederam á pressão.  O cansaço pelo excesso de trabalho, ligado às ameaças dos opositores exauriram suas forças. Olharam mais para o entulho do que para a possibilidade de conclusão do muro, que já estava na metade. Perderam a confiança; perderam a visão.

2. Reação do líder frente ao desânimo. Neemias fez um plano de defesa. No plano espiritual, isto nos ensina que devemos nos preparar defensivamente à altura do plano do ataque do inimigo. Neemias posicionou alguns homens no muro com espadas, lanças, arcos e couraças (4.13). Conclamou o povo a por a sua confiança no Senhor, pois ele é grande e temível. Ele disse ao povo para não temer, mas confiar no Senhor. Assim, por meio da intervenção divina, frustrou-se  a conspiração dos inimigos. o resultado foi o retorno ao trabalho.  Houve uma mudança na forma de trabalho. No início das atividades, todos estavam reconstruindo; agora, por uma questão de estratégia,  metade dos homens trabalhava e metade fazia guarda, para evitar que houvesse ataque inimigo (4.16). Além disso, cada trabalhador, trabalhava com uma mão e com a outra segurava uma arma. Há aqui uma importante lição de vida espiritual: a de que estamos em guerra contra o reino das trevas. Não basta orar, não basta trabalhar, é preciso vigiar e estar sempre prontos para um novo ataque.




Os desafios de Neemias foram além da obra de reconstrução dos muros. Ele teve de administrar os embates com os vizinhos invejosos que tentavam, a todo custo, impedir o progresso da obra; teve também de lidar com os conflitos internos e realinhar a postura moral dos oficiais da nação que extorquiam os pobres. Para garantir o peso de sua autoridade pessoal, abriu mão de privilégios pessoais e ainda  fez uso de seus recursos próprios para sustentar um  elevado número de pessoas que o ajudavam, Isso deve criar em nós uma postura de solidariedade para com os líderes que se sobrecarregam de compromissos e que precisam voltar a sua atenção em direções diversas para que a obra de Deus seja realizada!!

FONTES DE PESQUISA 


  • Revista Semeando a Palavra - "Neemias, o homem que marcou uma geração" - Ed. Central Gospel


IMAGENS ILUSTRATIVAS


  • Google








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