Lição 04 - Uma História de Amor em Belém

Texto Áureo: "Agora, pois, minha filha, não temas; tudo quanto disseste te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa" - Rute 3.11

Texto Bíblico Básico: Rute 1.14 -22



ABRINDO O LIVRO

Escritor: anônimo, embora há quem ache que tenha sido Samuel

Época: 1380 a.C. A 1170 a.C.


Jesus no Livro: Nosso Resgatador

A HISTÓRIA DE UMA MENINA DE MOABE

Todo mundo gosta de uma história de amor. O livro de Rute guarda uma dessas boas histórias. A delicada narrativa do namoro de uma jovem cuja capacidade de doar-se conquistou o coração de um gentil amante. O drama se desenrola desde os dias vazios de uma viúva em prantos até o despertar  da sua esperança e das bênçãos sob a proteção de Boaz, o resgatador. Mas ao contrário da maioria das histórias de amor, esta traz consigo a promessa de um relacionamento que cada leitor pode apreciar ao máximo.

A história de Rute começa na terra de Moabe, a leste do Mar Morto, e depois continua em Belém de Juda. Esta bela história ocorreu numa época bastante confusa e sombria para Israel: a época dos juízes. Aconteceu durante algum momento da primeira parte do livro de Juízes, talvez durante o governo de Gideão ou Jefté. Em meio à apostasia, imoralidade e pecado, Rute foi escrito a fim de nos mostrar que é possível conservar a fé em Deus e permanecer fiel a Ele, haja o que houver. Os judeus apreciam tanto a história de Rute que costumavam lê-la publicamente na Festa das Colheitas.


O livro de Rute foi escrito para mostrar como através do amor altruísta e do devido cumprimento da lei de Deus, uma jovem mulher moabita, virtuosa e consagrada, veio a ser bisavó do rei de Israel. O livro também foi escrito para perpetuar uma história admirável dos tempos dos juízes a respeito de uma família piedosa cuja fidelidade nos tempos de adversidade contrasta fortemente com o generalizado declínio espiritual e moral em Israel naqueles tempos.

MORTE E SEPARAÇÃO

Os israelitas estavam passando fome. Na lição passada, vimos o constante juízo de Deus sobre o povo de Israel quando este desobedecia, sob a forma de guerra, pestes e fome. Num desses períodos de fome, Elimeleque mudou-se com sua família para a terra de Moabe. De nada adiantou, um tempo depois, ele morreu. Sem ter como voltar à terra natal, sua esposa, Noemi continuou vivendo em Moabe com os dois filhos, Malom e Quiliom. Estes dois rapazes casaram-se com duas jovens moabitas, Rute e Orfa. Depois de alguns anos, eles também  morreram. Ficaram as três viúvas sozinhas, sem ter quem cuidasse delas.

RUTE, UMA TIPIFICAÇÃO GENTIA





Então Noemi ouviu dizer que a fome em Israel chegara ao fim, e que os israelitas estavam fazendo a colheita do trigo e da cevada. Resolvida a voltar para lá insistiu com suas noras que ficassem na terra de Moabe, vivendo com os respectivos pais. Orfa concordou, despediu-se da sogra e da cunhada e foi para a casa de seu pai. Rute, entretanto, apegou-se a Noemi, dizendo: "Não insista para que eu a abandone. Eu irei aonde você for, e viverei onde você viver. O seu povo será o meu povo e o seu Deus será o meu Deus. Onde você morrer eu também morrerei e serei sepultada. Deus pode me castigar como ele quiser, seu eu me separar de você e não ser pela morte". Noemi não tinha nada a oferecer a Rute. Não possuía bens materiais e nem tinha outro filho com quem elas pudesse se casar. Achava-se viúva e pobre, e não sabia como seria recebida em sua terra. Mesmo assim, Rute não a desprezou, ao contrário, apegou-se a ela.


Noemi, embora fosse uma fiel seguidora do Senhor, experimentou grande adversidade. Ela e sua família sofreram os efeitos da fome e tiveram que abandonar sua própria casa. Além disso, ela perdeu seu marido e seus dois filhos. Parecia que o Senhor a abandonara e até se voltara contra ela. A história de Rute, entretanto, revela que o Senhor continuava cuidando dela, inclusive agindo através de terceiros , para socorrê-la em suas necessidades. Como no caso de Noemi, o crente fiel a Cristo pode experimentar grandes adversidades em sua vida. Tal fato não significa que Deus os abandonou ou que os está castigando. As Escrituras frisam, repetidas vezes, que Deus continua, com todo o amor, a fazer todas as coisas cooperarem para o nosso bem e em tempos de aflição. A princípio, Noemi quis mudar ser  nome para Mara, pois estava cheia de amargura (1.20). Contudo, Deus arranjou as coisas de tal modo, que no final ela experimentou alegrias e foi abençoada (4.14-16). Rute, que era uma pobre viúva, encontrou o amor e uma vida agradável. Por piores que sejam as dificuldades a atravessar, vale a pena conservar a fé em Deus, que jamais nos abandona. No momento certo, Ele reverte todo o mal em bem.

 BOAZ, UM HOMEM COMPASSIVO

Uma das leis de Deus para Israel dizia que as espigas caídas acidentalmente durante a sega deviam ser deixadas no chão para que os pobres as recolhessem para si. Chegando em Belém, Rute e Noemi nada tinham para comer, então Rute foi ao campo respigar. Sem saber, acabou indo ao campo de Boaz, parente de Noemi. Ao ver Rute respigando em seu campo, Boaz interessou-se por ela e pediu informações a seu respeito. Ordenou aos seus empregados que a tratassem bem, e que deixassem cair propositalmente, punhados de espigas para ela recolher. Ele a tratou com gentileza e bondade, e na hora do almoço convidou-a a comer com ele.

Ao longo de toda a história, Boaz demonstrou caráter exemplar em tudo o que fez. Ele cumprimentava seus empregados todas as manhãs com um amoroso encorajamento : "O Senhor seja convosco". Noemi lembou-se de que Boaz era o parente que, conforme o costume judaico de resgatador, poderia se casar com a viúva Rute e cuidar dela. Assim, ela instruiu Rute a ir até o celeiro onde Boaz dormia e deitar-se aos pés dele. Esse era um costume aceito pelo qual Rute mostraria a Boaz que ela gostaria que ele se casasse com ela. Boaz amavelmente se dispôs e casar-se com ela e cuidar dela. Ele foi gentil e sem nenhum sinal de imoralidade. Era um  homem íntegro que escolheu fazer o que agradava a Deus mesmo quando ninguém estava olhando. 


Alguns estudiosos acham que o gesto de Rute foi uma proposta para o ato sexual que, se consumado, forçaria Boaz ao casamento. Afirmam que ao término das colheitas havia muita festança, e a moral era relaxada, permitindo-se coisas que no restante do no ano não eram aceitáveis. Além disso, acrescentam eles, deve se levar em conta que a história se passou no tempo dos juízes, quando cada um fazia o que julgava ser correto, e coisas muito piores eram praticadas.
"O ato de Rute deitar-se aos pés de Boaz, deve ser considerado à luz dos costumes daqueles dias. Foi algo discreto e sem conotação de intimidade. Boaz permaneceu a noite toda na eira para proteger sua colheita. Rute também foi para lá, e pela sua atitude, demonstrou a Boaz seu desejo de que ele se casasse com ela, uma vez que ele era parente próximo do seu falecido marido". Bíblia de Estudo Pentecostal - Ed. CPAD
"O texto sagrado tem o cuidado de afirmar-a nos que Rute era uma mulher virtuosa, um fato que todos reconheciam (3.11). Provavelmente, isto inclui a idéia de que Boaz dominou-se diante de qualquer tentação que tenha sentido,  e não tocou Rute naquela noite - R.N. Champlin
 O CASAMENTO

Depois de acertar os detalhes com outro parente que podia ser o remidor também,  Boaz comprou de volta as terras que haviam sido de Noemi e casou-se com Rute. E fez isso com muita satisfação, pois a amava. Deus abençoou o casal com um filho, que recebeu o nome de Obede. Ele veio a ser o avô do rei Davi. A jovem estrangeira que foi recebida no povo de Israel, tornou-se bisavó do rei Davi. Rute foi uma antepassada de Jesus, visto que Jesus descendeu do rei Davi. Deus permitiu que Rute se tornasse parte da família terrena através da qual Cristo veio ao mundo. Que honra! Na família de Deus há lugar para todo aquele que crê em Seu Filho e o recebe como Salvador! Deus honrou a decisão de uma jovem virtuosa que deixou o seu país idólatra a fim de permanecer leal ao Deus de Israel, juntamente com sua sogra.
Você Sabia: Era hábito em Israel; quando um parente mais próximo recusava-se a ser o remidor, tirava o calçado (4.7,8). Ao fazer isso, o parente mais próximo do falecido marido de Rute indicou que desistia do seu direito de resgatar as terras e casar-se com a viúva. No gesto de passar a sandália a Boaz, ele estava lhe outorgando o direito e as obrigações do caso. Aquela era uma transação legal, testemunhada pelos anciãos da cidade e pelos transeuntes. A "cerimônia da sandália" valia por um documento assinado em cartório.

 REFLEXÃO: O RESGATADOR DO NOSSO CORAÇÃO

O Amante da nossa alma é uma realidade atual para os leitores do livro de Rute. Através dos descendentes de Rute e Boaz, o prometido Redentor e restaurador de todas as bênçãos veio ao mundo. Redimir significa resgatar, livrar, libertar. Jesus nos redimiu de duas maneiras: nos comprou com o seu próprio sangue e nos introduziu na família de Deus, fazendo -nos herdeiros de tudo aquilo que é Dele. E a história de amor continua quando eu e você permitimos que Jesus Cristo nos cubra com as suas asas protetoras e seu amor sem limites. 

FONTES DE PESQUISA


  • Bíblia de Estudo Pentecostal - Ed. CPAD
  • Bíblia da Mamãe - Ed. SBB
  • Revista "Adolescentes Vencedores" - Estudo Panorâmico dos Livros Históricos - ED. CPAD

IMAGENS ILUSTRATIVAS

Google

Comentários

  1. Daniele Fischer, professora e coordenadora de EBD... Louvo a Deus pela sua vida e ministério. Principalmente por disponibilizar estes tesouros das Escrituras Sagradas, admiramos sua dedicação neste Serviço ao Reino, a igreja de Cristo JESUS, e ao próximo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado meu querido! Amo a Palavra de Deus e transmitir aquilo que Deus nos deu a oportunidade de aprender e estudar! Deus o abençõe!

      Excluir

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário!

Postagens mais visitadas deste blog

Lição 04 - O Espírito Santo na Antiga Aliança

Lição 12 - Manassés, Uma Lição de Arrependimento

Lição 13 - Qual é o Seu Legado?