Escatologia - Parte I

Nesta semana, iniciamos em nossa congregação, uma sequência de três sextas-feiras de ensino sobre Escatologia - A Doutrina das Últimas Coisas. Dividimos o estudo em três partes e gostaria muito de compartilhar com vocês! Na próxima semana, postarei a segunda parte do estudo! Deus os abençoe e boa leitura!



PARTE I 

I- ESCATOLOGIA: UM ENSINO NECESSÁRIO E CONFORTADOR

1. Escatologia, A Doutrina das Últimas Coisas

Ao contrário do que muita gente pensa, a Doutrina das Últimas Coisas não constitui um emaranhado de enigmas, ou um quebra-cabeças. Ela é um conjunto de verdades cristalinas e bem estabelecidas a respeito do que Deu,  está para fazer nesses últimos dias. Tendo e vista a urgência desta hora, passemos a estudar, a partir de hoje, os fatos que compõem a Escatologia Bíblica. Desde já, em oração, preparemo-nos para as verdades que, aceitas com amor e humildade, nos proporcionarão inexprimível conforto e grande alegria no Espírito Santo. Aleluia! Afirmou o apóstolo Paulo: “Se esperarmos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (I Co 15.19). Mas como esperaremos em Cristo também na outra vida, se ignorarmos o plano de Deus para o final dos tempos? Daí a necessidade e a urgência de se compreender a Doutrinas das Últimas Coisas.

2. Definição

Escatologia, por conseguinte são  as verdades da Bíblia Sagrada referentes aos derradeiros dias da história humana. Na Teologia Sistemática recebe este nome porque é um termo grego, que significa literalmente “O Estudo Das últimas coisas”.

3. Escatologia no Antigo Testamento. 

A Escatologia no Antigo Testamento tem como  pilares os seguintes pontos: (a) a salvação e a restauração completa do remanescente fiel do povo judeu (Ez 36.17-38; Sf 3.13); (b) o aparecimento glorioso e visível do Messias, que levará Israel à conversão nacional; (c) O Dia do Senhor e o juízo das nações (Jr 46.10; Ez 30.3; Ob v.15); (d) O estabelecimento do Reino de Deus na terra (IS 11.1-16); (e) a ressurreição e o Juízo Final (Dn 12.2); (f) o aparecimento dos novos céus e nova terra (Is 65.17).

4. Escatologia no Novo Testamento

A Escatologia do Novo Testamento trata basicamente, dos seguintes assuntos: (a) o arrebatamento da Igreja (I Ts 4.,13-17); (b) o aparecimento do Anticristo (II Ts 2.1-12); (c) A grande tribulação (Mt 24.15-28); (d) o reino Milenial de Cristo (Ap 20.1-6); (e) O Julgamento Final (Ap 20.11-15); (f) A inauguração do perfeito e eterno estado, tendo a Nova e celeste Jerusalém como capital (Ap 21.1-27).

5. O Objetivo da Escatologia

(a) Mostra o que está prestes a acontecer. Assim o evangelista João encerra o Apocalipse:  “Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos Santos profetas, enviou seu anjo, para mostrar aos seus servos as coisas em que breve hão de acontecer” (Ap 22.6).
(b) Preparar o crente para encontrar-se com Deus: “E qualquer que nele tenha esta esperança purifica-se a si mesmo como também Ele é puro” (I Jo 3.3).
(b) Tranquilizar o povo de Deus quanto os últimos acontecimentos: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus e também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar” (Jo 14.1,2).
(c) Alertar a todos que o noivo está chegando. “E o Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem ouve diga: Vem! E quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida. Aquele que testifica estas coisas diz: certamente cedo venho. Amém! Ora vem, Senhor Jesus!” (Ap. 22.17,20).

II – OS SINAIS DA VOLTA DE CRISTO

Não sabemos a data do arrebatamento da Igreja. De uma coisa, porém, temos absoluta certeza: Jesus está voltando. Os sinais estão a alertar-nos de que este dia está muito próximo. Os sinais da volta de Jesus estão alinhados numa série de profecias cujo objetivo é alertar os salvos a estarem convenientemente preparados para o arrebatamento da Igreja.

1. Os sinais da volta de Cristo referentes a Israel:

(a) O renascimento de Israel como nação soberana. A Igreja. No Sermão profético, faz-nos o Senhor esta advertência: “Olhais, não vos assusteis porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim” (Mt 24.6). volta dos judeus à terra de seus ancestrais foi um dos maiores milagres de todos os tempos. Eis o que predissera Isaias acerca daquele 14 de maio de 1948, quando o fundador do Estado de Israel, David Ben Gurion, lia declaração de independência da jovem e milenar nação hebréia “Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia nascer uma terra em um só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e deu à luz seus filhos” ( Is 66.8). Aliás o próprio Messias antecipou a restauração de Israel ao evocar o renascimento da figueira (Mt 24.32). Leia ainda com atenção os capítulos 36 e 37 de Ezequiel.

(b) A Retomada de Jerusalém como a capital de Israel. O fato mais extraordinário ocorrido durante a Guerra dos Seis Dias, em Junho de 1967, não foi a derrota infligida pelo exército de Israel às nações árabes, mas sim a reconquista de Jerusalém que, desde que fora destruída pelo exército de Nabucodonosor, em 586 a.C.,  vinha sendo pisoteada pelos gentios. Cumpria-se o que profetizara o Senhor Jesus:  “E cairão do fio da espada e para todas as nações serão levados cativos, e Jerusalém será pisada pelos gentios até que o tempo dos gentios se completem” (Lc 21.24). O tempo dos gentios, que teve início em 586 a.C., começa chegar ao fim.

(c) A reconstrução do santo Templo.  Há fortes evidências proféticas que em breve o santo templo será reconstruído na Cidade Santa (Dn 9.27; Mt 24.15; II Ts 2.1-4). Isso pode ocorrer antes, ou depois do arrebatamento da igreja. De uma coisa temos certeza: A Casa de Deus será reconstruída em Jerusalém. Essa possibilidade, por si só, já se constitui um grande alerta àqueles que aguardam a volta de Cristo.

2- Os sinais da volta de Cristo referentes ao mundo

Apesar de parecerem sem importância aos olhos dos incrédulos, todos os sinais relativos à vinda de Nosso Senhor tem de ser bíblica e teologicamente considerados. Vejamos alguns deles:
(a). Proliferação de falsos profetas e doutores: Mateus 24.4,5
(b) Guerras e conturbações internacionais: Mateus 24.6,7
(c) Recrudescimento da perseguição contra os discípulos de Cristo:  Mateus 24.9
(d) Aumento dos escândalos na Igreja de Cristo: Mateus 13.30,40-43
(e) Multiplicação da iniqüidade: Mateus 24.12,13
(f) Fomes pestes e terremotos: Mateus 24.7
(g) A Propagação Universal do Evangelho de Cristo: Mateus 24.14


III – O ARREBATAMENTO DA IGREJA

1. Sentido literal: A palavra "arrebatamento" no contexto da escatologia cristã, é procedente do verbo grego "harpazõ" e significa retirar algo com rapidez e de forma inesperada. Quando o Novo Testamento foi traduzido para o latim, optou pelo vocábulo raptus que, originando do verbo raptare, comporta os seguinte significados: tirar, arrancar, tomar das mãos alguma coisa de forma violenta.

2. Definição biblico-teológica. O arrebatamento, por conseguinte é a retirada brusca, inesperada e sobrenatural da Igreja deste mundo, a fim de que seja transportada às regiões celestes, onde unir-se-à, eterna e plenamente, com o Senhor Jesus. A esta doutrina, dedica o Novo Testamento dois capítulos especiais: I Co 15 e I Ts 4. Nesta passagem descreve Paulo a trasladação sobrenatural dos santos, naquela, mostra como nossos corpos serão transformados instantaneamente, pelo poder do Espírito Santo. O evento constituir-se-à num dos maiores milagres de todos os tempos, por abranger simultaneamente diversos fatos que ultrapassam todos os precedentes históricos, científicos e lógicos do conhecimento humano.

3. Quando se dará o arrebatamento da Igreja. A Bíblia não é clara é não permite especulações: o arrebatamento dar-se-à a qualquer instante. Cristo virá como ladrão na noite (I Ts 5.4; II Pe 3.10). Vigiemos, pois, para que este dia não nos surpreenda. Uma das bem aventuranças do Apocalipse é endereçada, justamente, àqueles que se acham vigilantes (Ap 16.15). Por conseguinte, virá o Senhor Jesus inesperadamente e surpreenderá a muitos que, ao invés de estarem vigiando, encontrar-se-ão embriagados com os cuidados e prazeres  deste mundo. 

4. Prenúncios do arrebatamento. Conforme já vimos anteriormente, a maioria dos sinais e profecias que nos deixou o Senhor Jesus, prenunciando seu glorioso retorno, já está cumprida.

5. Como se dará o arrebatamento da Igreja. De acordo com a Primeira Epístola de Paulo aos Tessalonicenses, o arrebatamento da Igreja de Cristo se dará da seguinte forma: 

(a) Ressoada a trombeta de Deus, descerá o Senhor Jesus do céu com alarido e voz de arcanjo (I Ts 4.16)

(b) Em seguida, os que morreram em Cristo ressuscitarão, sendo de imediato transladados (I Ts 4.16)

(c) Ato contínuo, os que estivermos vivos seremos transformados, arrebatados e levados todos ao encontro do Senhor (I Ts 4.17).

A glorificação dos santos, quer vivos quer mortos, ocorrerá num abrir e fechar de olhos (I Co 15.52). A palavra grega que o doutor do gentios usa para descrever este instante é atomõ. Trata-se de uma fração de tempo tão ínfima, que não comporta nenhuma divisão. Buscando exemplificar esta fração de tempo, o apóstolo traz à tona uma imagem comum a todos nós: o abrir e fechar de olhos; um instante pequeno demais para ser mensurado pelos instrumentos humanos. Temos aqui um ato, não um processo, um milagre, não uma operação natural. É algo que desafia as leis da física e das demais ciências. 

Na próxima sexta, publico a segunda parte!!

FONTE DE PESQUISA

Lições Bíblicas - Jovens e Adultos: "Vem o fim, o fim vem"  - Ed. CPAD / 4º Trimestre de 2014

Revista : Semeando a Palavra - "Escatologia: Saiba mais sobre o fim dos tempos" - Ministério IDE


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